Encontros Fortuitos (EF) – Queríamos que você falasse um pouco sobre sua biografia e sobre o Ataíde antes de ser Delegado de Polícia e sobre sua trajetória em Sergipe, enquanto delegado.
Ataíde Jr. (AJ) – Sou de Caruaru, Pernambuco. Fui oficial da PMPE por 14 (quatorze) anos. Entrei no concurso de Delegados da3a. Turma no ano de 2006 e esse ano completo 18 (dezoito) anos, maioridade, e já trabalhei em várias unidades policiais, dentre elas: Poço Redondo, Propriá, Nossa Senhora da Glória, Lagarto, Boquim, Macambira, Estância, Maruim/Santo Amaro das Brotas, estando há 01 ano e 10 meses como Diretor do DENARC.
(EF) – De onde veio essa sua veia literária, sua inspiração ou referência para começar a escrever?
(AJ) – Desde pequeno tive vontade de escrever crônicas, mas só há alguns anos comecei a fazer isso.
(EF) – Queríamos que falasse um pouco sobre as obras que você já produziu?
(AJ) – Código Penal em Crônicas, da Juspodivm, Futuro por Herança, do editorial Santa Sede, Antologias do Selo Off Flip de 2021 a 2023 (o de 2024 ainda não foi publicado).
(EF) – Quando resolveu inscrever os seus textos nos concursos?
(AJ) – Em 2021. Mandei uma crônica para o Prêmio Off Flip de Literatura. Fiquei em oitavo lugar com uma crônica chamada “Mengele e as Batatas”, na qual falo de nazismo e Machado de Assis.
(EF) – Quais concursos de crônicas você já venceu?
(AJ) – Participei de quatro edições do Prêmio Off Flip de Literatura e, em três delas, fiquei entre os vencedores (em 2023, fui um dos destaques). Na última edição, fiquei em primeiro lugar entre cerca de 500 crônicas, ganhei 4000 reais e estadia paga em Paraty, Rio de Janeiro, com direito a acompanhante, durante a FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty. Também participarei de uma mesa redonda na cerimônia de premiação. Participei, ainda, de três antologias do Selo Off Flip, figurando entre os vencedores em duas delas e, na outra, entre os destaques. Na antologia +HUMOR, ganhei o primeiro lugar, que deu direito a um prêmio de 3000 reais. O último concurso literário foi o Prata da Casa, da Casa Brasileira de Livros. Foi a primeira edição desse prêmio, que teve aproximadamente 1200 crônicas inscritas. Ganhei 2000 reais e um certificado digital.
(EF) – Escreve também em outros estilos literários? Arranha nas poesias?
(AJ) – Escrevi um conto em 2013. Poesia, nunca.
(EF) – Como nasce a inspiração para os temas que você escreve?
(AJ) – De situações do cotidiano, na maioria das vezes. Um cartaz à entrada de um cemitério, um cachorrinho com milhares de seguidores no Instagram… O trabalho também serve de inspiração para crônicas. Escrevi uma chamada “Os urubus não esquecem” que ligou o furto de um urubu albino em Itabaiana a um homicídio ocorrido em Lagarto.
(EF) – Qual desses textos você tem como preferido?
(AJ) – Há vários de que gosto. Não sei indicar qual prefiro.
(EF) – Algum texto seu que você avalia que mereceria uma classificação melhor no concurso ou que não chegou a ser classificado?
(AJ) – Não. De vez em quando vejo gente inconformada quando não fica entre os vencedores, mas isso faz parte desses concursos. O que importa é escrever da melhor forma possível, o restante é com os julgadores.
(EF) – Como são as etapas desses concursos e respectivas premiações?
(AJ) – No Prêmio Off Flip de Literatura, por exemplo, há uma seleção inicial e, depois, os textos aprovados passam pelo crivo de uma comissão de escritores conceituados. Em seguida, há o anúncio dos finalistas e, por fim, a divulgação dos destaques e vencedores. O Prata da Casa é parecido. Esses dois são concursos prestigiados nacionalmente, há participação de cronistas que escrevem para veículos de comunicação importantes, professores de escrita criativa, doutores em Letras, jornalistas, docentes universitários… No Prata da Casa, por exemplo, o presidente da União Brasileira de Escritores, neto de Graciliano Ramos, concorreu na modalidade crônica. É muito bom participar de concursos assim, difíceis. A gente fica tentando melhorar o tempo todo.
(EF) – Que leituras e autores influenciaram a sua escrita? Sempre no estilo de crônicas ou outros estilos também estão em sua cabeceira?
(AJ) – Procuro diversificar minhas leituras. Nas crônicas, gosto muito de Rubem Braga, Fernando Sabino, Luis Fernando Verissimo… Nos contos, romances e novelas, meu autor preferido é Franz Kafka.
(EF) – Manter a mente em terreno fértil é algo que ajuda a nunca envelhecermos e nos sentirmos sempre produtivos. Mas você já se encontra próximo da aposentadoria, já tem planos para que fazer quando pendurar o distintivo?
(AJ) – Escrever até quando Deus me permitir.